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Síndrome dos Edifícios Doentes

Atualizado: 25 de abr.

Se você já entrou em algum prédio e depois de um certo tempo começou a se sentir mal, teve sintomas de tosse, dor de cabeça e ardência nos olhos, então, possivelmente, você estava em um edifício doente.



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A síndrome refere-se à relação de causa e efeito das condições de um ambiente e a agressão à saúde dos ocupantes. Um edifício é considerado doente quando cerca de 20% dos seus ocupantes relatam problemas de saúde relacionados à permanência em seu interior. Sintomas com relação à construção do local podem ter um impacto grande sobre a saúde.


Edificação com falta de manutenção afeta a saúde dos ocupantes.
Edificação com falta de manutenção afeta a saúde dos ocupantes.

Histórico da Síndrome do Edifício Doente


No começo da década de 50, trabalhadores norte-americanos e europeus relataram problemas respiratórios relacionados à permanência no espaço confinado dos escritórios onde trabalhavam. Nessa mesma época, se iniciou a construção de prédios com isoladores de ruídos externos que tinham objetivo de estimular a concentração e a produtividade. A partir dos anos 70, veio a crise do petróleo, onde foram construídos edifícios hermeticamente fechados para ajudar a reduzir o consumo de energia. No entanto, a diminuição da passagem do ar externo deu início ao mal-estar da saúde dos trabalhadores.

Porém, dois episódios, de carácter extremo, revelaram ao mundo a importância da manutenção correta dos sistemas de ventilação, ar-condicionado e aquecimento.

Febre de Pontiac - No Michigan (EUA) em 1968, um defeito do sistema de ar-condicionado foi responsável por espalhar a bactéria Legionella pneumophillia, contaminando 114 trabalhadores em um prédio do departamento de Saúde da cidade de Pontiac.


Doença dos legionários - Em 1977, na Filadélfia (EUA), o ar-condicionado de um hotel propagou a mesma bactéria durante a convenção da Legião Americana, que causou um surto epidêmico de pneumonia e atingiu 182 pessoas; delas, 34 morreram.


Com pesquisas, foi descoberto que essa bactéria precisava da presença de algas, que são facilmente encontradas em centrais de ar-condicionado. Esses casos colocaram a comunidade médica em alerta e, alguns anos depois, a Síndrome do Edifício Doente foi catalogada.


Origem do termo


O termo “síndrome do edifício doente” (SED) é usado para descrever situações em que os ocupantes do edifício experimentam efeitos agudos de saúde e conforto que parecem estar ligados ao tempo passado num edifício e nenhuma doença ou causa específica pode ser identificada.


A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a SED como um grupo de sintomas que não têm etiologia clara e são atribuíveis à exposição a variáveis do edifício (qualidade do ar interior, iluminação, ruído, efeitos psicológicos).


Os sintomas da SED podem ocorrer isoladamente ou em combinação entre si, aumentando de gravidade durante o turno de trabalho e desaparecendo rapidamente ao sair do prédio à noite, melhorando no fim de semana e geralmente desaparecendo nos feriados prolongados.


As reclamações ocorrem numa determinada sala ou zona ou podem estar espalhadas por todo o edifício. Os sintomas da SED incluem irritação nos olhos, nariz e garganta; sensação de mucosas secas; pele seca, com coceira e com manchas vermelhas; dores de cabeça e fadiga mental; náusea e tontura.


Casos de alergia são agravados pela qualidade do ar.
Casos de alergia são agravados pela qualidade do ar.

Causas da Síndrome do Edifício Doente


A qualidade do ar interior depende de numerosos contaminantes gerados a partir de fontes interiores, bem como de contaminantes transportados do exterior através de ventilação e infiltração. A maioria dos materiais de construção civil e móveis de escritório emitem Compostos orgânicos voláteis (COV) após a fabricação (produtos secos) ou após a instalação (produtos úmidos). Com poucas exceções, como os produtos que contêm formaldeído, as emissões dos materiais de construção diminuem consideravelmente nos primeiros meses após a fabricação ou instalação.


O objetivo da ventilação por diluição em edifícios é diluir e remover esses contaminantes. Às vezes, o próprio sistema de ventilação se torna uma fonte de contaminação – por exemplo, quando o mofo cresce dentro e ao redor das serpentinas de resfriamento porque os recipientes de drenagem não drenam adequadamente, ou em dutos carregados de poeira devido à falta de manutenção adequada do filtro.


Projetar e manter a envoltória do edifício estanque e eliminar fugas na canalização são elementos importantes na prevenção da entrada de água e da formação de bolor.

Além disso, a localização de um edifício afeta diretamente a qualidade do ar interior e devem ser abordada na concepção do projeto.


“In the Shadow of the Power Plant” © Bill Mattocks.
“In the Shadow of the Power Plant” © Bill Mattocks.

A maioria dos produtos de construção emite COVs, resultando em concentrações internas que são algumas a várias vezes maiores do que aquelas encontradas em ambientes externos. Embora muita ênfase tenha sido dada aos compostos orgânicos voláteis, à medida que novas técnicas analíticas são desenvolvidas e nossa compreensão da química do ar interno melhora, outros compostos - como os semivoláteis (compostos orgânicos semivoláteis), incluindo ftalatos (materiais que apresentam um líquido oleoso), pesticidas e retardadores de chamas estão se tornando fatores cada vez mais importantes na avaliação do ambiente interno.


Poluentes aéreos em uma residência.
Poluentes aéreos em uma residência.

Além de controlar a presença de substâncias químicas no ar interno, também é importante controlar o crescimento de micróbios dentro das edificações. Os vazamentos nos sistemas de vedação externa, condensação dentro das edificações e vazamentos hidrossanitários estão entre as principais causas de mofo. Os poluentes internos também incluem matéria particulada, monóxido de carbono e ozônio.


Projeto Arquitetônico e a qualidade do ar


Algumas metas de qualidade do ar devem ser incluídas no projeto arquitetônico a fim de serem inseridas e certificadas na edificação. Confira:


  • Implantação da edificação, orientação e aberturas que busquem favorecer a ventilação natural;

  • Critérios de iluminação natural e isolamento acústico e térmico;

  • Seleção de sistema de climatização durante a fase de projeto que seja adequado ao clima local, com sistemas auxiliares prevendo manutenção periódica e o uso da edificação;

  • Seleção de taxas de ventilação e definição de um método capaz de garantir a ventilação ideal para todos os usuários. Se as taxas de ventilação forem altas, principalmente em edificações industriais, será necessário investir em eficiência energética para compensar o gasto de energia com o aumento da ventilação. O ideal é sempre reduzir as emissões de poluentes em vez de aumentar as taxas de ventilação;

  • Programa de contratação de empresas especializadas em sistemas de climatização, hidrossanitários e de gestão de energia;

  • Seleção de materiais de construção com baixos níveis de emissões, levando em conta a durabilidade dos materiais e as exigências de limpeza e manutenção;

  • Projeto de vedações externas visando minimizar a entrada, condensação e infiltração de água na edificação;


É importante que arquitetos e construtores se mantenham informados sobre a qualidade do ar nas edificações e busquem informações confiáveis na indústria apoiadas por organizações terceirizadas de verificação.


Um estudo do World Green Building Council mostra que 5.5 milhões de vidas foram perdidas em 2013 por doenças associadas com poluição do ar interno e externo. Contudo, estratégias simples e de baixo custo podem oferecer melhorias na qualidade do ar e diversos benefícios para a saúde dos ocupantes e o planeta.


Uma certificação que visa melhorar os aspectos relacionados ao conforto, saúde e bem-estar de um projeto de interiores, bem como incentivar o envolvimento da sociedade civil no uso eficiente dos recursos naturais, economia circular e responsabilidade social é o GBC Brasil LIFE®, que possui 6 categorias: Saúde e Bem-estar (SBE); Conforto (CON); Qualidade Interna do Ar (QIA); Responsabilidade Social, Consumo Consciente e Altruísmo (RCA); Uso Eficiente dos Recursos Naturais (UER) e Materiais (MAT).


Os projetos residenciais com certificação são projetados para oferecer os seguintes benefícios: • Ambientes mais saudáveis e produtivos para os ocupantes, resultando em melhor qualidade de vida, conforto, saúde e bem-estar;

• Custos operacionais mais baixos e aumento do valor patrimonial;

• Redução de resíduos enviados para aterros sanitários;

• Conservação de energia e água;

• Redução das emissões de gases de efeito estufa.


Você gostaria de certificar seus projetos e garantir uma edificação mais saudável para seus clientes?


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